quinta-feira, 3 de abril de 2014

A ideia de Darwin: evolução por seleção natural

Em 1859, Charles Darwin (1809–1882) publicou ‘’A Origem das Espécies’’, que enunciou a primeira teoria completa de evolução por seleção natural. Darwin viu a história da vida como uma árvore, com cada ramificação a representar um anestria comum. As folhas representam espécies modernas e os ramos representam os ancestrais comuns partilhados pelas espécies. Para explicar estas relações, Darwin argumentou que todos os seres vivos estão relacionados e descendem de umas poucas formas ou mesmo só um único ancestral comum, num processo que ele descreveu de "descendência com modificação".
A perspectiva de Darwin foi controversa porque os seres humanos não receberam atenção especial na sua árvore evolutiva: são somente um dos muitos ramos. Apesar de Darwin não ter feito menção a isto explicitamente, o seu amigo e apoiante Thomas Henry Huxley rapidamente apresentou evidências que homens e macacos partilham um ancestral comum. A imprensa da altura interpretou de uma forma errada, dizendo que o homem descendeu de macacos.
A explicação de Darwin sobre os mecanismos de evolução baseavam-se na teoria da seleção natural, desenvolvida a partir das seguintes observações:
  1. Se todos os indivíduos de uma espécie se reproduzissem com sucesso, a população dessa espécie iria aumentar exponencialmente.
  2. Tirando flutuações sazonais, o tamanho das populações tendem a permanecer estáveis
  3. Os recursos ambientais são limitados.
  4. As características encontradas numa população variam bastante. Numa dada espécie, nenhuns indivíduos são exatamente iguais.
  5. Muitas das variações encontradas numa população podem ser passadas para a descendência.
A partir destas observações, Darwin deduziu que a produção de mais descendentes do que o ambiente pode suportar leva a uma luta pela sobrevivência, com apenas uma pequena percentagem de sobreviventes em cada geração. Ele notou que a probabilidade de sobrevivência nesta luta não é ao acaso, mas sim dependente da adaptação dos indivíduos ao seu ambiente. Indivíduos bem adaptados irão provavelmente deixar mais descendentes do que os seus competidores menos aptos. Darwin concluiu que a capacidade desigual dos indivíduos sobreviverem e se reproduzirem leva a mudanças graduais na população assim que as características que ajudam o organismo a sobreviver e reproduzir se acumulam ao longo de gerações e as que inibem a sua sobrevivência e reprodução se perdem. Darwin usou o termo "seleção natural" para descrever este processo.
As variações numa população surgem por mutações aleatórias no DNA, mas a seleção natural não é produto do acaso: o ambiente determina a probabilidade de sucesso reprodutivo. O produto final da seleção natural são organismos que estão adaptados ao seu ambiente atual. No entanto, o ambiente está em permanente mudança, mudando as pressões seletivas.
A seleção natural não envolve progressão para um objetivo último. A evolução não progride necessariamente para formas de vida mais complexas, mais inteligentes ou mais sofisticadas. Por exemplo, pulgas (parasitas sem asas) descendem de um ancestral alado de mosca-escorpião, e cobras-cega são lagartos que já não precisam de membros. Os organismos são simplesmente o produto de variações que falham ou tem sucesso, dependendo das condições ambientais da altura. Na verdade, quando o ambiente muda, muitas espécies não se conseguem adaptar e extinguem-se.

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